quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Bom... well... quem me conhece sabe da minha paixão pode desenhos animados.

Penso eu que talvez seja porque de um modo geral o público alvo é o infantil e por isso há um mínimo de cuidado e o conteúdo, ainda que passível de corrupção e sujeitas a conspirações, é normalmente voltado para o que de melhor a humanidade tenha para oferecer.

Sempre curti os trabalhos da Disney mas se tivesse que escolher o desenho dos desenhos sem pensar eu votaria em Pocahontas.

A magia para mim inicia no momento em que fui assistir o filme no cinema, meu namoro estava no auge e de alguma forma já sabíamos que nossa relação era o projeto de vida que tanto arquitetamos antes de aqui chegar. Meu amor assistiu ao meu lado entre sorrisos e prantos e foi bom reconforta-la com o carinho que podia oferecer naquele momento. Naquele dia não chorei mas hoje em dia os primeiros acordes de algumas daquelas músicas me deixam um passo das lágrimas.

Mas falando do filme posso dizer que o titulo já é um tesouro: "O Encontro de Dois Mundos". E, embora o romance e a doçura que derrama da tela, o filme é ímpar ao falar dos preconceitos, dos conflitos, das dificuldades em lidar com o novo e de como um espírito desprovido de mascaras pode mudar a rota de centenas de vidas. Normalmente essas almas são capazes do sacrifício supremo e isso tem repercussão eterna naqueles que os acompanham.

Pocahontas é assim realmente uma oportunidade pensar no encontro do velho com o jovem, do homem com a mulher, do saber com a ignorância, da força com a delicadeza, do desejo com a renuncia, do espiritual com o material e do ódio com o amor. O filme fala da vitória do homem sobre o homem e de como ganha sempre aquele que se doa ao outro interessado primeiro no outro mas sem abandonar o interesse no que seja melhor para si.

Bom.. parece que já falei demais... vamos a música. Escolhi para hoje:

Logo após a curva do rio

O que eu gosto no rio mais, é que ele nunca está igual.
A água é sempre livre e vai correndo.
Mas não podemos viver assim,
e este é o nosso mal.E o pior é que acabamos não sabendo...
Lá na curva o que é que vem.
Sempre lá na curva o que é que vem.
Quero saber: lá na curva o que é que vem.
Eu só vou ver: Aves a voar.
Quero entender! O meu sonho é que diz.
Lá na curva o que é que vem.
Pra mim...que vem pra mim
Eu não me canso em procurar
Eu sei que um dia eu vou ouvir
Algum tambor distante que me chame
E o estável lar que eu criei
Irá me proteger
Quero segurança, um homem que me ame
Lá na curva o que é que vem
Lá na curva o que é que vem
Quero saber: lá na curva o que é que vem
Eu só vou ver: que cheguei ao mar
Quero entender
E o destino eu devo ouvir
Lá na curva o que é que vem
Lá na curva o que é que vem!
Que caminho vou seguir?
Qual a melhor solução?
Vou casar com Kokowan
Ou devo então casar com quem?
Vou só sentir
Que o meu sonho vive
E depois da curva...
Vem...

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Sempre que ouço ou penso nessa música meu coração se agita ao pensar que para mim ela fala de esperança e ansiedade.

A vida é assim: esse mistério. Vivemos, comemos, andamos, dormimos, amamos, sofremos e ansiamos por saber o que vem depois da curva. Mas a vida é assim! O rio nunca é igual para ninguém, ele será sempre o que vemos quando estamos nele, se não aprendermos a viver assim não saberemos o que há depois de cada curva, de cada seixo e, por mais que imaginemos, nossos sonhos não nos dirão o que depois da curva tem.

Nosso papel na vida é singular: não cansar de procurar pois em algum momento uma batida vai fazer sentido, a gente acerta o compasso, outra proposta ou ainda outro coração e aquela segurança que construímos, ao sermos paciente e observarmos o rio, nos dará proteção e a certeza de que continuamos no rio de minha vida.

Enfim, se eu me respeitar e aprender a respeitar o outro, não importa o casamento que tenha feito, seja ele com alguém, com uma ideologia, com a profissão ou o que quer que seja, se eu tiver me tornado um ser humano melhor terei a certeza de partir dessa vida com a serenidade de que "o sonho vive e depois da curva vem!"

Como diria Vovó Willow: "Cuei cuei noto ram e vai entender"

Beijos a todos.

3 comentários:

  1. Lindo post Saulo!

    Eu também amo Pocahontas, deu até vontade de rever. Apesar do meu favorito ser "A Bela e a Fera", acho que essa luta do feio e do belo em nós, sempre mexeu comigo, que vivi na adolescência uma baixa estima muito forte... aquele filme me ajudou a ver além das aparências.

    Gostei muito do seu texto, me emocionou de verdade, estou aqui arrepiada...

    Continue!!!

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  2. A história dela é muito peculiar assim como a história do filme.
    Ele teve a oportunidade de viver dois grandes encontros em uma única vida. Primeiro o encontro dos demônios com os anjo, quando Smith a encontra em sua terra, e depois o encontro do anjo com os demônios, quando ela visita a Inglaterra.
    O que eu acho lindo é que ela sai triunfante de ambos.

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  3. Adoro Pocahontas!!!! Queria eu ter uma Vovó Willow, no entanto me comovo com outros vários desenhos, mas sempre da Disney.
    Como fisio admiro o Procurando Nemo, pela questão da deficiência física, adoro Wall e pelas questões ambientais e cuidados conosco mesmo além da Bela Adormecida, né?! Minha princesa preferida! Queria dormir pra sempre feito ela... um dia acordar e estar tudo diferente!

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