terça-feira, 2 de novembro de 2010

Um começo

Como cantava o Grupo Blitz nos bons tempos de minha juventude:
"Só tenho uma ficha, por onde começar? O Alfabeto diz começa pela letra A e serás feliz"

Dois grandes corações amigos, Srta. Wilsy e Srta. Cleide, me incentivaram a escrever de vez em quando os pequenos delírios que vez por outra me visita ao ouvir o que me dizem por aí. Coisas que vejo e que ouço embora não estejam lá nas linhas que me chegam.

Espero que esse seja um espaço de prazer e crescimento... vamos ver no que vai dar.


Vamos começar por quem eu tenho muito respeito: Os Paralamas do Sucesso.

Óculos

Se as meninas do Leblon
Não olham mais pra mim
(Eu uso óculos)
E volta e meia
Eu entro com meu carro pela contramão
(Eu to sem óculos)
Se eu to alegre
Eu ponho os óculos e vejo tudo bem
Mas se eu to triste eu tiro os óculos
Eu não vejo ninguém

Porque você não olha pra mim? Ô ô
Me diz o que é que eu tenho de mal ô ô
Porque você não olha pra mim
Por trás dessa lente tem um cara legal

Eu decidir dizer que eu nunca fui o tal
Era mais fácil se eu tentasse
fazer charme de intelectual
Se eu te disser
Periga você não acreditar em mim
Eu não nasci de óculos
Eu não era assim

Porque você não olha pra mim? Ô ô
Me diz o que e que eu tenho de mal ô ô
Porque você não olha pra mim?
Por trás dessa lente tem um cara legal
Por que você não olha pra mim? Ô ô

Por que você diz sempre que não Ô ô
Por que você não olha pra mim
Por trás dessa lente também bate um coração

--------

Sempre ouvi Os Paralamas com um profundo respeito mas só recentemente eu me deparei com a beleza do que está além do que diz a letra. Pensando um pouquinho comecei a achar que os óculos nada mais são do que filtros para corrigir as coisas que vemos. Comecei a me perguntar que óculos eu uso ou que óculos querem que eu use.

Aqueles a quem quero me mostrar, as meninas do Leblon, não olham para mim porque estou usando os meus óculos, quem sabe se fosse os delas eu não entrasse pela contramão? Porque eu preciso colocar ou tirar os óculos para reger meu estado intimo?

Atrás dessa lente tem um cara legal e também bate um coração. Que lente é essa? São as minhas lentes ou as suas? Quantas vezes atrás da minha lente esqueci que batia um coração que me olhava, admirava, respeitava, odiava, temia ou mesmo me era indiferente mas ainda assim um coração?

Não me ache legal pelas lentes que uso, "eu queria te dizer que nunca fui o tal", as vezes fazer charme é mais forte e premente que ser algo, pois se muitas e muitas vezes nós descremos da verdade... "periga você não acreditar em mim" "eu não nasci de óculos" "eu não era assim não".

Ninguém nasceu de óculos aos poucos fomos aprendendo que é preciso corrigir a maneira como olhamos as coisas para adequarmo-nos ao modo como o mundo vê as coisas ou quer que vejamos. Mas será mesmo que precisamos de óculos? Se você já usa me diz, me diz, quem modelou sua armação? Quem poliu a sua lente? É vidro, cristal, resina ou o que?


3 comentários:

  1. Saulinho,
    Escrever é fazer a alma ficar vísivel...
    É assim que me sinto quando escrevo. È uma experiência que tem me feito bem. Transformar as pessoas de minha vida em páginas eternas...
    Que bom que nosso incentivo foi positivo. Pois assim como gosto de escutá-lo adorarei lê-lo!
    Beijos ensolarados

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  2. Amigo!!!

    Que bom te encontrar na blogosfera! E que melhor que eu ajudei a inspirar o meu amigo poeta a compartilhar a poesia de sua linda alma!!!

    Adoro você! Já sou leitora assídua!

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  3. Obrigado meninas... espero me mostrar digno do esforço de vocês em me convencer.
    Que Deus nos ajude!

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